sexta-feira, 13 de setembro de 2013

“Substituir Robyssão foi preocupante”, diz Rick Ralley, da Blackstyle

Cantor falou do desafio de dar sequência na banda, da correria dos shows, de assuntos polêmicos, e dos projetos para o verão ao Varela Notícias
Fé é algo presente na vida de Rick Ralley. Quando menino e adolescente, o atual vocalista da Blackstyle, uma das mais famosas bandas de pagode da Bahia, alimentava o sonho de ser cantor. Mas como realizar isso tendo uma origem humilde? A primeira palavra escrita no início deste texto responde isso.
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O jovem abraçou de corpo e alma a religiosidade e a música, e teve na mãe a maior incentivadora, junto com o avô, famoso nas rodas de samba anônimas de Itapuã.
Dona Clarice não conseguiu realizar o sonho de ser cantora, mas hoje vê e celebra o filho vencer na carreira, como Rick faz questão de nos contar nesta entrevista
exclusiva ao VNO artista não fugiu de assuntos polêmicos e falou até do fim da Banda New Hit: “Foi o melhor que poderiam fazer”:
VN: A ficha (de estar em uma das maiores bandas de pagode) ainda não caiu?
Rick Ralley: Demorou para cair, mas a quantidade de trabalho tratou de fazer o serviço. A gente tem de controlar um pouco a emoção, principalmente quando você está cantando ao lado de quem você era fã recentemente, como Márcio Vitor e Tony Sales, alguns dos meus ídolos. Quando você vê todo mundo chamando, você percebe: “Tá rolando!”.
VN: Bate nervosismo?
RR: Bate sim, mas é preciso manter a concentração, afinal são 25 famílias (entre produtores, técnicos, músicos e pessoal de apoio) que dependem de você.
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VN: Substituir Robyssão te deixou preocupado?
RR: Robyssão é o cara que criou o gênero “Pagofunk”. Pode ser chamado de “Rei”. Substituí-lo foi preocupante. Mas quando Roque (dono da banda) desligou o telefone (no dia que convidou Rick para ser o novo líder da Blackstyle) eu disse: “É a chance!”. E Fui.
VN: Você disse da quantidade de trabalho. Quantas horas de ensaio e quantos shows?
RR: Ensaiamos quatro horas por dia. Chegamos a fazer três, quatro shows por fim de semana. Só neste último, estivemos em feira de Santana, viemos para Salvador, depois fomos para Bom Jesus da Lapa (a 789km da capital). Isso, porque não teve o show de Camamu, que acabou cancelado.
A religiosidade é marcante na vida de Rick, que passou dificuldades com a família na infância e leva uma vida simples, apesar da fama.
A religiosidade é marcante na vida de Rick, que passou dificuldades com a família na infância e leva uma vida simples, apesar da fama.
VN: Vocês gravaram um clipe na Fonte da Bica, na Fazenda Grande do Retiro. Você conhecia o local? Como foi gravar com aquele povo todo?
RR: Conhecia o local porque já havia morado na Fazenda Grande, e, lhe digo: Deu trabalho gravar o clipe! Foi recorde de público, parou o bairro! Não passava carro pra canto nenhum. Tive de ficar escondido por mais de seis horas para poder sair, depois de tudo gravado, porque o pessoal ficou por ali por um bom tempo.
Gravação do clip deu trabalho, segundo Rick: "O bairro parou. nenhum carro entrava ou saía".
Gravação do clip deu trabalho, segundo Rick: “O bairro parou. nenhum carro entrava ou saía”.
Foto: Reprodução / Youtube
VN: como vocês fizeram para organizar aquele povo todo?
RR: Para fazer a coreografia, foi super simples. A galera acompanha a gente nas redes sociais e sabe direitinho os movimentos de cada música. Foi muito legal, até “coroa” tava fazendo a dança. Não esperava tanta gente.
VN: No clip da música, você aparece ao lado de duas máquinas (uma moto e um carrão), mas percebo que você não compartilha do estilo de alguns músicos que defendem a “ostentação” de riqueza. Porque então vocês optaram por esse estilo no clip?
RR: A galera acha legal, ter essas máquinas, mulher bonita. Isso é gosto, e a gente respeita. Mas, pela origem humilde e pelos ensinamentos da minha família, não teria algumas daquelas máquinas.
VN: O que você acha de quem faz isso?
RR: É opção da pessoa.
VN: Vocês apostaram no hit “Quadradinho” mas “Trava na Bica” acabou pegando. Erraram a aposta?
RR: Quando a gente começa uma nova fase, sai meio “cego”. Aposta em um som, mas não sabe se ele vai dar certo. “Quadradinho” até que fez um sucesso, mas foi a faixa 5 (Trava na Bica) do primeiro cd que estourou. Quem faz o sucesso é o público.
VN: Você disse antes da entrevista que a banda adotou uma pegada mais leve, e “Quadradinho” era essa aposta. “Trava na Bica” é um sinal de que o público pode demorar um pouco para assimilar essa nova “fase”?
RR: Sim, tanto que “Trava na Bica” acabou virando a primeira faixa do segundo cd.  Ela vai na carona das músicas antigas da banda, que a gente não deixou de tocar, como “Vaza Canhão”, entre outras.
Tatuagens com mensagens como "Fé" e um terço no pulso reforçam a crença do cantor na religiosidade.
Tatuagens com mensagens como “Fé” e um terço no pulso reforçam a crença do cantor na religiosidade.
VN: Essa “pegada” mais leve é também um caminho que Bambam e “A Bronkka” também estão seguindo. É uma tendência?
RR: Não sei se é uma tendência, mas vejo que o pagode vive um dos piores momentos. Isso porque a música desceu o nível. A preocupação de todos é grande, e estamos trabalhando duro por isso.
Rick Ralley falou de outros assuntos polêmicos, como o fim da banda “New Hit” e também da saída de Bell Marques do Chiclete com Banana, além do ídolo que fez ele decidir ser cantor de pagode. Veja neste vídeo exclusivo do Varela Notícias:

Fonte: VN

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