Coréografa decide processar empresa aérea após passar constrangimento em avião que saía de Salvador

Situação foi provocada após comissários exigirem atestado de saúde do neto da artista, portador de doença genética

A coreógrafa Deborah Colker, uma das mais respeitadas artistas da dança no mundo, vai processar a empresa aérea Gol pelo constrangimento que ela e a família passaram quando tentava decolar em um voo da companhia, no aeroporto de Salvador nesta segunda-feira (19).

A decisão foi tomada porque, segundo a artista, a tripulação da aeronave não agiu com discrição ao perguntar sobre a doença no neto de Deborah, que possui uma doença genética rara, mas não contagiosa, e que estava no voo.

Coreógrafa estava com o neto e a família no voo quando foram submetidos a um constrangimento.
Foto: Reprodução / inter

Deborah esteve em Salvador para apresentar um espetáculo e trouxe a família junto, a filha, o genro (que é baiano) e os netos. Todos estavam no voo quando foram questionados pelos tripulantes da aeronave.

Em declaração dada à imprensa nesta terça (20) Deborah argumentou

que não houve delicadeza nem cuidado da equipe da aeronave em abordar o assunto:

“Precisamos de atestado médico, diziam, e eu argumentava que já tínhamos explicado que era uma doença genética, mas só falavam que eram regras. Cheguei a falar até com o piloto”, afirma a coreógrafa.

A situação aconteceu em um voo da Gol que sairia de Salvador em direção ao Rio de Janeiro.
Foto: Reprodução / internet

A situação só foi contornada quando um médico da Infraero inspecionou a criança, de apenas 3 anos. A criança tem uma doença rara chamada epidermólise bolhosa, em que, devido à falta de adesão entre as células da epiderme, qualquer traumatismo, ainda que leve, pode levar ao descolamento da pele.

Deborah veio à Salvador para apresentar um novo espetáculo e trouxe a família, alguns baianos.
Foto: Reprodução / internet

De acordo com Deborah, a criança nunca passou por esse constrangimento, mesmo em vôos mais complexos, como os internacionais. Apesar de ter recebido uma ligação telefônica do presidente da Gol, Constantino Júnior, a coreógrafa pretende acionar a empresa na Justiça:

“Vou processá-los, quero que sirva de exemplo para que não aconteça com nenhuma doença rara. Doença faz parte da vida, temos que proteger essas crianças. São crianças frágeis, que precisam ser protegidas, não atacadas. A Gol vai ter que servir de exemplo”.

Em nota, e empresa aérea informou que está analisando o caso para tomar as medidas cabíveis.

Fonte: VN